28 de maio de 2010

Casos Reais - Lú

Olá pessoal!
Hoje quem nos mandou sua história foi a Lú. Vamos conhecê-la?


Olá meu nome é Lucineide dos Santos Leite, tenho 40 anos e há 2 anos e meio descobri que tenho VL.

Em dezembro de 2007 apareceram algumas manchas vermelhas e doloridas no meu tornozelo esquerdo e que rapidamente ficaram roxas. Lembro-me que fui a exatamente 12 médicos em especialidades diferentes e quase todos diziam que um inseto tinha me picado e que estaria infeccionando. Receitaram várias medicações sem sucesso.

Na época as dores já eram insuportáveis, eu já não andava mais, as lesões a cada dia ficavam piores. O dermatologista resolveu fazer uma biópsia e foi diagnostigado: VASCULITE LIVEDÓIDE (ATROFIA BRANCA DE MILIAN). Com o laudo na mão, corri para o meu médico e para a minha total surpresa, o médico disse que não sabia do que se tratava. Fiquei arrazada!!!

A minha busca continuou em outras especialidades: hematologista, clínico, até que um vascular disse que conhecia a doença, mas que o tratamento deveria ser com um Reumatologista, e me indicou um.

Em Fevereiro de 2008 comecei a me consultar com o Dr Rodrigo Aires Corrêa Lima, reumatologista de Brasília. Foi uma dura batalha, com diversos remédios e terapias. Utilizei: Somalgin, Meticortem, Danazol, Colchicina, Metotrexato, Ácido Fólico, Pentoxifilina, Marevan, entre outros.

Com 1 mês de uso de Pentoxifilina tive um problema de coração - fibrilação atrial aguda, revertido com amiodarona. Os médicos associaram o episódio ao uso da pentoxifilina e tive que parar com essa medicação, mantendo as demais.

Fiz 2 ciclos de pulsoterapia com corticóides, sendo que cada ciclo utilizei 3000ml. Fiz 40 sessões de câmara hiperbárica, que obtive uma melhora significativa nas lesões. Em setembro de 2009 fiz o meu primeiro ciclo de infusão com Mabthera (Rituximab). Meu médico indicou mais um ciclo na qual realizei terça passada (1000ml de Mabthera) e farei o próximo no dia 01/06/2010, mais 1000ml da medicação.

Atualmente resido em Campo Grande, Mato Grosso do Sul e continuo em viagens para Brasília dando continuidade ao meu tratamento. Estou me sentido bem, a doença está sob controle. Tenho algumas reações com as infusões do Mabthera, mas tudo dentro da normalidade.

Lú.

Lú, mais uma vez, obrigada!

beijos à todos
=*

26 de maio de 2010

Mensagem Positiva

Todos os dias nos deparamos com dezenas de textos, seja na internet, em revistas, televisão, livros, que quase sempre carregam mensagens positivas. Porém nem sempre damos muita atenção para aquilo que está escrito. Mas quando estamos passando por algum conflito em nossa vidas, essas simples mensagens podem se transformar em um grande conforto, elevando nossa auto estima e nos dando forças para continuarmos caminhando. Quantas vezes, em um dia em que você achava que tudo estava perdido, você se deparou com um email que você teve certeza que tinha sido feito exatamente pra você? Exprimia tudo aquilo que você estava sentido e no final te deu aquele 'chacoalhão' e te fez acreditar que tudo ficaria bem? Que tudo na vida passa e que dos obstáculos nós tiramos uma grande lição?
Quando eu resolvi fazer este blog, uma das minha maiores vontades era fazer com que a VL pudesse ser reconhecida e que ele servisse para ajudar pessoas que estivessem passando por esse problema, trazendo um pouco de luz. Porém, eu acredito, que não é somente com artigos que de alguma forma eu poderei ajudar. Tais mensagens também podem cumprir essa tarefa.
Por isso, gostaria de dividir com vocês algumas mensagens que passam ou já passaram pela minha vida e me fazem refletir e, por ora, me dão aquela força! Acredito que elas podem ajudar a superarmos nossa aflições e trazer um pouco mais de tranquilidade e pensamentos positivos. 
Espero q vocês possam sentir o mesmo!!

________________________________


" Quando as coisa estão erradas e o momento é de crise,
não pense que todos os esforços tem sido em vão, segue!
Talvez tudo seja para melhor.


Sorria...e experimente outra vez!

Pode ser que o seu aparente fracasso,
venha a ser a porta mágica que conduzirá para uma nova felicidade que você jamais conheceu!


Você pode estar enfraquecido pela luta,
mas não se considere vencido.
Isso não quer dizer derrota!

Não vale a pena gastar o seu precioso tempo em lágrimas e lamentos.
Levante-se!
Siga em frente outra vez!


E, se você guardar em mente o objetivo de suas aspirações,
os seus sonhos se realizarão.


Tire proveito dos seus erros.
Colha experiência de suas dores.
E então, um dia você dirá: Graças a Deus!


Ouse experimentar outra vez e reencontre a paz, o amor e a felicidade! "

21 de maio de 2010

Casos Reais - Karina

Hoje vamos conhecer mais uma portadora de VL que gostaria de compartilhar conosco um pouquinho da sua história. Vamos lá?

Olá pessoal, eu estou aqui pra conta um pouquinho da minha história também...

Meu nome é Karina Cristiane de Souza, moro em Gaspar Santa Catarina. Tenho 22 anos e tenho a VL desde os meus 12 anos de idade.

Ao contrário da nossa amiga Adriana eu não tenho muitas recordações de quando a VL começou, mas minha mãe me conta que desde bem pequena com uns 3 aninhos eu tinha umas crises e desmaios e quando eu desmaiava eu ficava com as mãos fechadas com muita força e isso deu a entender, para os médicos em que ela me levava, que seria uma crise nervosa...

Aos 12 anos me lembro que estava brincando e vi que no meu pé direito tinha uma feridinha muito dolorida que me incomodou por um bom tempo. Ela não coçava porém tinha muito mal cheiro e pus – isso já na minha primeira lesão, mas não sabiamos o que era ainda.

Lembro que fomos a várias benzedeiras, porque minha mãe tem muita fé em benzimentos. Chás, remédios caseiros, tudo que os nossos conhecidos recomendavam a gente fazia, mas, claro, tudo sem sucesso.
Foi quando decidi ir a um postinho de saúde e uma médica me encaminhou para uma reumatologista...e ai entra a minha médica Dra. Mara Suzana, por sinal um amor de pessoa e que vem lutando comigo desde 2005.

Já de inicio, antes de mais nada, me pediu uma biópsia, feita pelo Dr. Edson Lersch no dia 4/03/2005 e o diagnóstico foi: “VASCULITE NECROTIZANTE DE PEQUENOS VASOS”.

Fiz então uma segunda biópsia, mas não lembro com quem foi, e o diagnóstico foi: “ATROFIA BRANCA DE MILIAN, VASCULOPATIA LIVEDÓIDE”.

A seguir recebi os seguintes tratamentos por período de vários mêses e foram todos ineficazes: Pentoxifilina, AAS, uso de anticoagulante oral, corticoterapia, recebi imunoglobulina humana, também sem sucesso. Também fiz várias seções de oxigênoterapia hiperbárica, via sistema único de saúde.

Infelizmente a VL é uma doença que vem evoluindo muito, é extremamente dolorosa e requer muito repouso e, qualquer atividade por mais de 4 horas em pé me deixa por até duas semanas com lesões horríveis. Hoje procuro me cuidar muito pra não fazer tanto esforço porque já tenho nos dois pés, e cada vez mais doloridas elas vão ficando.

E como eu disse, lá no começo, sobre o sistema nervoso eu acredito que muitas vezes a piora seja causada pelo stress ou até mesmo pequenas briguinhas na família, no trabalho, tende a fazer piorar todas as lesões. E quando não tenho nenhuma lesão, meus pés ficam muito doloridos e com manchinhas avermelhadas, ou seja está sempre doendo. E é importante ressaltar que no verão fica muitooo ruim e no inverno, as vezes, também, mas é no verão que as lesões realmente aparecem...

Devido as dores que a VL causa fui obrigada a me afastar do trabalho. Infelizmente, as vezes, me vejo como uma pessoa inútil, a auto estima nem existe mais e ainda assim vou lutando e levo no coração a esperança de um dia obter a cura...

E eu sei que esse dia vai chegar !

Obrigado pela atenção!

Ká, muito obrigada! Beijos

19 de maio de 2010

Epidemiologia, Achados Clínicos e Tratamento da Vasculopatia Livedóide

A vasculopatia livedóide (VL) é uma doença cutâneovascular trombótica rara, descrita inicialmente, em 1929, por Milian, que a nomeou como atrofia branca de Milian. Na época, o autor associou-a erroneamente à sífilis, fato hoje entendido pelo VDRL (exame laboratorial de apoio diagnóstico para sífilis) falso-positivo em pacientes com VL associada à presença de anticorpos antifosfolípides.

Em 1967, Bard e Winkelman foram reconhecidos como os descritores da VL. Dos seus pacientes, seis tinham doença difusa do tecido conjuntivo associada. Vários outros nomes foram aplicados à VL como: vasculite com hialinização segmentar, atrofia branca, livedo reticular com ulceração sazonal e mais recentemente PURPLE (painful purpuric ulcers with reticular pattern of the lower extremites – úlceras purpúricas dolorosas com padrão reticular nas baixa extremidades).

EPIDEMIOLOGIA
A prevalência estimada da VL é de 1 pessoa para cada 100.000 habitantes por ano. Mulheres são mais afetadas que homens na proporção de 4 para 1. A doença pode ocorrer em qualquer idade, porém o pico de incidência, segundo alguns estudos, varia dos 30 aos 60 anos, apesar de já ter sido descrita em crianças. Até o momento não há dados sugerindo diferenças geográficas ou entre raças.

ACHADOS CLÍNICOS
A VL se caracteriza pela presença de lesões purpúricas dolorosas localizadas nas pernas, tornozelos e pés, as quais, freqüentemente, ulceram. As úlceras têm em média 0,5 a 1,5 cm de diâmetro, apresentando curso crônico e recorrente com agravamento no verão e inverno. Podem deixar cicatrizes atróficas (resultado da destruição do tecido conectivo), brancas e irregulares, com telangiectasias (dilatação anormal do vaso sanguíneo) e hiperpigmentação livedóide.

A VL tem sido descrita como uma entidade isolada idiopática (sem causa definida) ou associada a outras entidades bastante distintas, porém relacionadas ao aumento do risco de trombose, seja por gerarem disfunção endotelial, alteração do fluxo sangüíneo ou proporcionarem hipercoagulabilidade (aumento de coagulação).

Entre as patologias reumatológicas associadas, destaca- se o lúpus eritematoso sistêmico, além da síndrome do anticorpo antifosfolípide, esclerodermia e artrite reumatóide.

Na síndrome do anticorpo antifosfolípide (SAF) a presença do livedo reticular é bem estabelecida, porém a sua relação com a VL não está bem clara. Embora as ulcerações e cicatrizes sejam reconhecidas como manifestações cutâneas da SAF, podemos encontrar um subgrupo de pacientes com VL e positividade para o anticorpo antifosfolípide. Existe a tendência de se associar a VL a síndromes de hipercoagulabilidade congênitas e adquiridas.

Apesar de sua patogênese ainda não estar totalmente esclarecida, a teoria vasoclusiva tem sido a mais aceita atualmente. Essa teoria apóia-se na análise histopatológica das lesões da VL, nos estudos que demonstram presença de marcadores pró-coagulantes, na boa resposta a tratamentos direcionados a doenças trombóticas e na associação com trombofilias.

TRATAMENTO
Como o mecanismo trombogênico está potencialmente envolvido na patogênese da doença, a terapia anticoagulante é indicada. O uso de anticoagulantes como varfarina, heparina de baixo peso molecular e fibrinolíticos tem sido descritos na literatura. A terapêutica com associações de agentes antiplaquetários, como ácido acetilsalicílico, ticlopidina e dipiridamol, também tem sido empregada. Ainda, fármacos com ação hemorreológica e vasodilatadora, como a pentoxifilina, agentes com ação antitrombótica e vasodilatadora, como prostaglandina E1, beraprost, e outros com efeito fibrinolítico, como o danazol, são utilizados com resultados variáveis. A imunoglobulina intravenosa (IgIV) pode ser tentada nos casos de doença refratária, porém trata-se de uma terapia cara em que se deve levar em conta custos e benefícios. Também foi observado sucesso no tratamento da VL com a carbamazepina, droga anteriormente não relacionada nos relatos de casos.

                                                                                                     
Não esqueça: Procure sempre o seu médico para diagnosticar doenças, indicar tratamentos e receitar remédios.
                                                                                                     

Fonte 1: Cerir
Fonte 2: Estudando raras
Fonte 3: Dicionário Médico
Artigo: Elementos básicos de diagnóstico e terapêutica da Vasculopatia Livedóide
Autores: Danyele Mylena Lopes de Andrade; Leandro Tavares Finotti

13 de maio de 2010

Casos Reais - Adriana

Nada melhor do que relatos reais para conhecermos mais a VL, não é mesmo? Com eles podemos ver a longa caminhada que cada portador leva até encontrar um diagnóstico, as dificuldades que encontram, o medo e até mesmo as esperanças que se renovam a cada nova descoberta/ novo tratamento.
Nosso primeiro relato foi mandado pela nossa amiga Adriana. Vamos conhecê-la?

Meu nome é Adriana dos Santos Sousa, tenho 36 anos e desde meus 17 anos tenho vasculite. Sou casada, tenho uma filha de 08 anos e sou do Rio de Janeiro.

Nossa, é tão complicado ficar lembrando as coisas, sempre fica faltando um pedacinho, alguma coisa ou mesmo um pequeno detalhe, mas vamos lá.

Desde muito pequena (que eu me lembre uns 07 anos) eu sentia muitas dores nas pernas. Muitas vezes acordava durante a madrugada, mas segundo os médicos era dor do crescimento. Por volta dos 12, 13 anos eu me lembro que minhas pernas coçavam muito. Teve até um dia que de tanta coceira minha mãe encharcou meus pés e pernas com álcool. Nossa como coçava! Mas, segundo o médico onde me tratava num posto de saúde, era alergia ao sol.

Com meus 16 anos me lembro que tive umas manchas avermelhadas, só nas pernas. Minha mãe na época pensou que fosse rubéola, mas o médico disse que era circulatório. Sei que tomei uma injeção (não me lembro o nome) e sumiram as manchas. Mas não cheguei a fazer nenhum exame.

Eu sempre tive muita alergia, tanto medicamentosa, quanto alimentar, e ainda sofro um pouco com isso, mas não tanto.

Fiz uma cirurgia aos 17 anos (foi uma cirurgia de alopecia, uma falha capilar devido a uma queimadura que tive aos 06 anos) e logo depois da cirurgia apareceram várias manchas na pele por meu corpo, e fui tratada como alergia a anestesia. Mas uma manchinha ficou e essa é que desencadeou a vasculite, porém os médicos acham isso improvável.

Esta manchinha em meu tornozelo esquerdo se tornou uma pequena feridinha, que não cicatrizava. De repente meu pé todo estava inchado e eu mal podia pisar. Fui ao médico na Santa Casa do Rio de Janeiro e este me disse que era picada de inseto ou de mosquito. Tomei antibióticos, antiinflamatórios e usei várias e várias pomadas. Levei cerca de um ano para que então os médicos resolvessem fazer algum exame. Nossa, fiz tantos exames, e tudo normal.

Algum tempo depois apareceram várias e várias feridas, foi simplesmente um desespero, os médicos se quer tinham idéia do que fosse.

Eu já estava cansada de ser enrolada pelos médicos. Depois de 05 anos (eu já estava com 22 anos) comecei um tratamento com uma dermatologista que resolveu fazer logo uma biópsia. Esta deu que era hemangioma (tumor sanguíneo). Quase morri do coração! Mas a dermatologista não ficou satisfeita e fizemos mais duas vezes a biópsia, e então foi fechado o diagnóstico de Vasculite Livedóide por atrofia branca. Este foi o resultado da biopsia:

“Doença Vascular oclusiva de pequenos vasos, com necrose fibrinóide e trombos, sobretudo superficial e necrose com ulceração. Compatível com ABM (atrofia branca de Millian)”.

Iniciei vários tratamentos e nada. Tive crise atrás de crise, não pude se quer andar, até um vento fazia doer. Depois de tantas tentativas com medicamentos comecei então a usar pentoxifilina e pomadas para suavizar as coceiras. Durante os primeiros anos de uso apareceram várias feridas, mas não grandes.

Fiquei um tempo sem tomar o pentoxifilina (eu tinha uns 24 anos). Não sei para que fui fazer isso. Abriu uma ferida enorme em minha perna esquerda, ficou muito feia, esverdeada, com muito pus e mal cheiro, e nesta época eu estava trabalhando em uma loja de fotografias e ficava muito tempo em pé. Voltei ao médico (claro que levei uma tremenda bronca), tive que tirar licença por uns dias, mas o médico ainda me deu mais alguns dias para ficar em casa e a empresa aonde eu trabalhava não aceitou, e nesta época ia trabalhar de muletas, pois eu não conseguia colocar o pé no chão. Até que por fim eles me deram férias para ver se eu melhorava. Ninguém merece não é, um direito nosso, tirar uma licença médica e não poder desfrutá-la para se tratar, pois eles não queriam pagar por minha licença. Acredito que eles me deram as férias porque eu troquei o meu curativo na frente do supervisor e este ficou chocado ao ver aquela situação. Nessa época, minha médica mandou eu lavar as feridas com permanganato, secar bem e colocar açúcar, para acelerar a cicatrização, passar a pomada e fechar. Eu me lembro que isso fazia coçar muuuiiito!!

Desde então venho tomando a pentoxifilina 3 vezes ao dia. Até que aos 27 anos fiquei grávida e minha dermatologista na época me indicou uma angiologista e esta, por incrível que pareça, é craque em vasculite. Durante a gravidez não tive nada.

Mas depois, tive uma ferida braba novamente, e essa angiologista me passou a pentoxifilina intramuscular 2x ao dia. Imagine como não fiquei depois de um mês de tratamento intensivo! Passei a usar meias de média compressão desde então, e se tiver alguma ferida ainda tenho que comprimir o local com um chumaço de gaze, pois segundo ela ajuda na cicatrização, e eu sei que dá certo, dói muito, incomoda, mas resolve.

E o indicado delas sigo até hoje: meias de média compressão, pentoxifilina, prednisona se for necessário (pois não tomo sem passar pela dermatologista, se não levo uma tremenda bronca se tomar por minha conta).

Hoje eu estou com 36 anos e há mais ou menos uns 4 anos que não tenho nenhuma crise "braba". É claro que aparece uma ou outra feridinha que dói, incomoda, fica avermelhada e que não vai adiante. Em dois ou três dias desaparece. Às vezes eu sinto muitas dores nas pernas, e já acordo tomando dipirona, se não, não agüento, mas dá para suportar.

E como se diz, assim vou vivendo um dia de cada vez, pois hoje eu tenho o maior tesouro da minha vida, e faço de tudo para me manter feliz e bem de saúde.

Muitas pessoas, e até mesmo minhas médicas, dizem que o importante desta e de qualquer outra doença é tentar manter a calma, a felicidade e a esperança. E é isso que tento fazer todos os dias quando acordo, agradeço a Deus e procuro não me aborrecer.

Ah! Uma coisa que ia esquecendo e que é muito importante, hoje em dia eu me trato tanto pelo convênio como pelo Sus, pois houve um tempo em que não tive condições de pagar um plano de saúde, e já me trato pelo SUS desde o início da minha doença e nunca havia recebido medicação. Mas com o apoio de minha dermatologista do SUS, entrei com uma ação para poder obter o direito de receber medicação gratuitamente, que é um direito de todos nós que somos portadores de doenças crônicas. Como já disse tenho a vasculite há 19 anos e só agora de uns 08 anos para cá, é que venho recebendo minha medicação direitinha.

Portanto temos sim que lutar e correr atrás de nossos direitos.

Adri, muito obrigada pelo apoio!! beijos

7 de maio de 2010

Tipos de Livedo

São cinco os tipos de Livedo Reticular:

* Livedo reticular fisiológico - Ocorre mais em crianças que se expõem ao frio - logo ao sair da piscina, por exemplo. Pode manifestar-se também em adultos. É transitório, ou seja, desaparece quando as pessoas se protegem do frio e em geral não tem conseqüências. Mas pode se repetir sempre que se expõem de novo ao frio. Só incomoda pela questão estética;

* Livedo congênito - A pessoa já nasce com predisposição a desenvolvê-lo. A causa é um defeito congênito do sistema vascular: parte das arteríolas sempre se contraem e parte das microveias sempre se dilatam. Pode surgir em um local apenas ou disseminado pela pele. O portador costuma se queixar de certo endurecimento da pele. O livedo congênito é permanente e ainda não tem tratamento;

* Livedo reticular idiopático, isto é, que não tem causa definida - Ocorre em mulheres jovens ou de meia idade. Inicia-se nos membros inferiores e pode espalhar-se para o tronco e os membros superiores. As portadoras apresentam também: extremidades frias, dores, dormências e feridinhas. Examinando os locais afetados se constatam inflamações nas microartérias e nas pequenas veias. Na minoria dos casos, pode estar associado a ulceração de perna;

* Livedo reticular sintomático - Pode resultar de arterites (inflamações nas artérias), de oclusões embólicas arteriais (formação de coágulos nas artérias) e de coagulopatias (moléstias que interferem na coagulação do sangue). As principais causas das arterites são: sífilis, lúpus eritematoso, artrite reumatóide, febre reumática e tuberculose. Já entre as causas das oclusões embólicas podem estar: arteriosclerose e mieloma múltiplo (câncer nos ossos). E entre as causas das coagulopatias estão infecções, tumores e doenças que tornam o sangue líquido demais, favorecendo os sangramentos;

* Síndrome de Sneddon - É um tipo de livedo reticular que se acompanha de lesões vasculares do sistema nervoso central. Produz acidentes vasculares cerebrais (AVCs) em mais de 70% dos casos, com conseqüências como: paralisia em metade do corpo, alterações visuais e neurológicas. Participam da síndrome a presença de anticorpos antifosfolípides no sangue, abortos espontâneos, episódios de trombose venosa e/ou arterial.

Como se vê, os livedos reticulares podem ser benignos ou ter conseqüências graves, como o AVC. O ideal, sempre, é consultar um médico à menor indicação. Só ele tem condições de fazer uma avaliação correta e indicar o tratamento.

Fonte: Caras

5 de maio de 2010

Livedo Reticular


Segundo um estudo, aqui anteriormente publicado, a vasculopatia livedóide não possui nenhuma relação com o livedo reticular. Porém, por conhecimento de causa, afirmo com 99% de certeza, de que há relação sim! Até porque acredito não ser a toa a semelhança entre os nomes LIVEDO reticular e vasculopatia LIVEDÓIDE.
Para elucidar melhor o que estou tentando afirmar, vamos falar sobre o Livedo Reticular (LR):

O LR atinge de 1% a 5% da população sadia, e se caracteriza pelo aparecimento de manchas, de coloração vermelho-azulada, formando uma espécie de “rede” de “linhas” interligadas, seguindo a disposição das veias.

Trata-se de um fenômeno em que, por um distúrbio circulatório, as microartérias terminais da pele se fecham, deixando de fornecer sangue e oxigênio para os tecidos locais. Logo, numa espécie de compensação, as microveias reagem dilatando-se e ficando abertas. Não recolhem o sangue que deveriam recolher e o deixam irrigando e oxigenando os tecidos. É esse sangue acumulado que dá a cor vermelho-azulada que acompanha a disposição das veias na pele.

Atingem principalmente as extremidades dos membros inferiores e articulações, como antebraços, cotovelos, pernas, coxas, joelhos e pés. Em geral são discretos nos meses quentes e acentuados nos meses frios, porque nessa época já ocorre maior contração das arteríolas para manter o calor corpóreo. Acredito que o fator emocional também favorece seu aparecimento.

É importante ficar atento, pois há uma grande diversidade de causas que pode levar a diversas outras manifestações clínicas. O LR pode representar um sinal inicial de algum tipo de doença sistêmica, como a artrite reumatóide, o LES (lúpus eritematoso sistêmico) ou até mesmo a VL.



Fonte 1: caras
Fonte 2: dermis

Vasculite ou Vasculopatia Livedóide?

Vasculite livedóide ou atrofia branca não é uma vasculite verdadeira. Acredita-se ser um distúrbio primário na fibrinólise (processo ao qual um coágulo de fibrina - produto da coagulação do sangue - é destruído) que estabelece uma vasculopatia oclusiva (oclusão: ato de fechar um canal ou um vaso). Assim, não sendo uma vasculite, a expressão vasculopatia livedóide é preferível.
A Vasculite cutânea de pequenos vasos comporta um grupo heterogêneo de afecções, que pode ser primariamente cutânea ou fazer parte de um distúrbio sistêmico, compreendendo três entidades principais, a saber: vasculite leucocitoclástica, vasculite séptica e vasculite livedóide, sendo esta última a forma menos comum e a menos compreendida.
Esse grupo de vasculite acomete principalmente as vênulas (pequena veia) pós-capilares e tem em comum um quadro de vasculite cutânea que, de modo característico, se manifesta por púrpura palpável (manchas cutâneas vermelho-arroxeadas ocasionadas por extravasamento sanguíneo).
A vasculite livedóide, afecção descrita primeiramente por Milian em 1929 como atrofia branca (daí o motivo pelo qual algumas pessoas a caracterizam como “atrofia branca de Milian”), é doença de caráter crônico que pode resolver-se em alguns anos ou se perpetuar por toda a vida com remissões e agravos. É afecção incomum que afeta predominantemente o sexo feminino.
O quadro inicia-se com máculas (manchas/nódulos) e pápulas purpúricas (pequena lesão vermelho-arroxeada e endurecida na pele) de aspecto contusiforme que evoluem para úlceras extremamente dolorosas. Bolhas hemorrágicas podem acompanhar a transição das máculas para as úlceras. Posteriormente, surgem placas cicatriciais estelares, atróficas e de coloração branco-marfim.
As lesões predominam nos membros inferiores, particularmente no terço inferior de pernas e tornozelos, com tendência a agravamento no verão, sendo por isso também chamada de vasculite com ulceração no verão. Salienta-se que essa afecção não apresenta nenhuma relação com o livedo reticular.
O conceito, estabelecido há muitos anos, de que a vasculite livedóide é uma vasculite verdadeira não é mais aceito por muitos autores. Acredita-se ser um distúrbio primário na fibrinólise, no endotélio (camada de células epiteliais que reveste internamente o sistema circulatório) dos vasos afetados, que determina um estado de hipercoagulabilidade (aumento da coagulação sanguínea) local.
A primeira alteração histopatológica (histo = tecido) observada na vasculite livedóide é o depósito de material fibrinoso na parede do vaso. A ausência às vezes total ou de significante infiltrado inflamatório ou leucocitoclasia contraria a idéia de vasculite. Assim, a vasculite livedóide é uma vasculopatia oclusiva decorrente de um processo trombótico de vasos dérmicos (da pele) de pequeno e médio calibres.
Dessa forma, com base nos dados expostos, os autores propõem o uso da expressão vasculopatia livedóide e não mais vasculite livedóide. Uma alternativa aceitável seria a já também consagrada denominação atrofia branca de Milian.

ENDEREÇO PARA CORRESPONDÊNCIA: / MAILING ADDRESS:
Maurício Zanini
Rua Vicente de Carvalho, 198
Santo André SP 09060-590
Tel.: (11) 4992-7724
E-mail: drzanini@ig.com.br

Fonte 1: www.scielo.br
Fonte 2: www.dicionáriomédico.com
Artigo: Vasculite ou Vasculopatia Livedóide
Autores: Maurício Zanini; Cláudio Wulkan; Danielle Bertino; Lúcia Ito.